A liderança está na moda. Proliferam os livros, artigos, conferências e debates dentro das empresas sobre liderança e as “qualidades do líder”.
É claro que a liderança é importante. Infelizmente, porém ela é algo diferente daquilo que é hoje apregoado sob esse rótulo. Ela tem pouco a ver com “qualidades de liderança” e menos ainda com “carisma”. Ela é banal, pouco romântica e maçante. Sua essência é o desempenho.
Em primeiro lugar, a liderança não é em si, boa ou desejável. Liderança é um meio. Portanto, a pergunta crucial é liderança para que fim.
A liderança eficaz não depende de carisma. No final o importante é que o líder comprove que esteja certo, mesmo a contra-gosto de alguns.
Na verdade, o carisma se torna a destruição dos líderes. O carisma os torna inflexíveis, convencidos de sua própria infalibilidade, incapazes de mudar. O carisma não garante a eficácia de um líder.
Também não existem “qualidades de liderança” ou uma “personalidade de liderança”.
O que é então liderança, se não é carisma, nem um conjunto de traços de personalidade? A primeira coisa a dizer a seu respeito é que ela é trabalho. Já comprovadamente por vários líderes em diversos segmentos.
A base da liderança eficaz é compreender a missão da empresa, defini-la e estabelece-la de forma clara e visível. O líder fixa as metas, as prioridades, fixa e mantêm os padrões. É claro que ele faz concessões: na verdade, os líderes eficazes estão dolorosamente cientes de que não estão no controle do universo. Porém, antes de aceitar uma concessão, o líder eficaz ponderou aquilo que é certo e desejável.
O que distingue o líder do mau líder são suas metas. O fato das concessões que ele faz, diante das restrições da realidade – as quais podem envolver problemas culturais, econômicos, financeiros ou de pessoal -, serem ou não compatíveis com sua missão e suas metas é que determinará se ele é ou não um líder eficaz. E o fato dele se apegar a alguns padrões básicos (exemplificando-os em sua própria conduta) ou se, para ele, “padrões” serem aquilo com o que ele pode se safar, determina se o líder tem seguidores ou somente oportunistas hipócritas.
O segundo requisito é que o líder veja a liderança como responsabilidade e não como posição e privilégios. Os líderes eficazes raramente são “permissivos”. Mas quando as coisas saem erradas – e elas sempre saem – eles não põem a culpa nos outros. Então a empresa poderá ter líderes que compreenderão claramente a missão e definição de metas, como também, líderes que justificam a liderança através do comprometimento de suas responsabilidades.
Mas um líder eficaz, exatamente por saber que ele, e ninguém mais, tem a responsabilidade final, não teme a força de seus associados e subordinados. Os maus líderes têm medo; eles sempre promovem expurgos. Um líder eficaz quer ter associados fortes; ele os encoraja, instiga, na verdade tem orgulho deles. Pelo fato de se considerar o responsável final pelos erros dos seus associados e subordinados, ele também vê os triunfos deles como sendo também seus e não como ameaças. Um líder pode ser pessoalmente vaidoso em um grau quase patológico, como também, pessoalmente humilde ao ponto de ter complexo de inferioridade, mas independente de seu estilo deve querer pessoas capazes, independentes e autoconfiantes ao seu redor; incentivando seus associados e subordinados, elogiando-os e promovendo-os.
Um líder eficaz sabe, é claro, que existe um risco: as pessoas capazes tendem a ser ambiciosas. Mas ele percebe que esse risco é muito menor que o de ser servido pela mediocridade. O líder eficaz sabe que o risco de treinar um associado ou subordinado e ele ir trabalhar na concorrência é menor do que não treinar o associado ou subordinado e ele continuar na sua empresa com desempenho pífio, afetando toda a organização.
Um líder eficaz sabe que a maior evidência de culpa de um líder é a organização ruir tão logo ele saia ou morra, como acontece com freqüência nas empresas principalmente as familiares. Um líder eficaz sabe que a tarefa suprema da liderança é a criação de energias e visão humanas. Um líder eficaz sabe que sua principal missão é formar novos líderes.
O requisito final da liderança eficaz é ganhar confiança. De outro modo, não haverá seguidores – e a única definição de um líder é alguém que tem seguidores. Para se confiar num líder não é necessário gostar dele. Nem concordar com ele. Confiança é a convicção de que o líder fala sério. É a crença na sua integridade. As ações de um líder e suas crenças professadas devem ser congruentes, ou ao menos compatíveis. A liderança eficaz não se baseia em ser inteligente; ela se baseia principalmente em ser consistente.
Mais um texto mto interessante, eu gostei mto.
ResponderExcluirA confiança é realmente um pré-requisito para que líder e liderados possam obter o máximo de desempenho.
Acredito na confiança e no respeito mútuo, assim podemos ir longe.